Nova Campina: Histórico do município

Breve síntese - Nova Campina, atualmente tem uma população estimada em 9.962 habitantes, segundo estimativas do IBGE/2021. Localizada no sudoeste do Estado de São Paulo, a aproximadamente 310 Km da capital paulista, faz parte da Região de Itapeva, a 16.ª Região Administrativa do Estado, sendo um dos 32 municípios dessa região. Seus municípios limítrofes são Itapeva, Ribeirão Branco, Apiaí, Itararé e Bom Sucesso de Itararé. Nova Campina fica a 14 Km de Itapeva. É também um dos municípios integrante dos Cânions Paulista, onde com os municípios vizinhos de Itapeva, Itararé, Bom Sucesso de Itararé reúne a única região do estado com a presença de um magnífico continuum de formação de arenitos, com cânions, escarpas e uma fauna e flora exuberantes. Com uma área de 386 Km², tem sua economia baseada no reflorestamento, produção de papel, extração de madeiras, mineração de calcário, filito, dentre outros, além da agricultura familiar e a pecuária. A presença do reflorestamento é o destaque da região, com imensas áreas de cultivo de pinus e eucaliptos. (Por Juliano Camargo)

Imagem aérea da cidade em 2020


O INÍCIO 
> Antigos moradores de Campina do Veado
O Coronel Joaquim Ferreira Lobo era proprietário de uma grande fazenda por onde passava uma estrada velha que seguia para outros distritos como Campina de Fora, Itaboa e a antiga Faxina. Vendida, essa fazenda foi documentada como nome de Campina do Veado. 
Sobre a origem do nome, justifica-se a presença de uma riqueza em madeiras, com muita araucária, cedro, ipê e muitas pastagens na área do povoado e dá geografia do terreno e claro, com muitos animais em abundância, dentre eles o veado. Daí a origem do nome Campina do Veado.

Informações através de documento e relato do historiador Preto Matos, divulgadas através de um trabalho desenvolvido no ano de 2020 pelo coordenador Municipal de Cultura, Wilson Pinheiro trazem o fato de que Nova Campina era conhecida como (.................)

> Primeiras famílias do povoado

José D.M. F

Em 1910,
vieram para o povoado as famílias de José David Muzel Filho com sua esposa, Carolina David Momberg. Seus filhos, Salatiel David Muzel, Jeconias David Muzel, Abener de Morais Momberg e sua esposa Albertina, Alfredo David Muzel com sua esposa Florentina de Camargo vieram juntos. Todos do município de Torre de Pedra-SP. No povoado haviam duas famílias de lavradores. O historiador, Ebenezer Muzel, neto de Salatiel David Muzel, conta que seu avô, um dos filhos de José David Filho, trabalhou na serralheria do pai, dedicando-se mais a sua paixão que era os gados e sua lavoura.

A presença de seus bisavós, avós e de seu pai em Itapeva se dá desde a década de 1850 como construtores de roda de água, moinhos e trabalhos de marceneiros em geral, onde extraiam as madeiras na região da Campina do Veado.Veja a montagem encontrada nas redes sociais de Maria Stela:

A Igreja Católica também esteve presente na vida da comunidade campinense desde os primórdios, conforme observa-se no histórico da mesma. 

Elysio e a esposa, Maria

Uma outra família que teve também destaque na história da então Campina do Veado foi a família Moura, através de Elysio Antunes de Moura. Conta-se que ele veio trabalhar com seu pai, João Antunes de Moura, numa atividade agropastoril no Distrito de Campina do Veado. Foi um grande comerciante da região e político. Seguiu os passos do pai, João Antunes, que foi um dos primeiros prefeitos de de Itapeva., entre 1911 a 1913. Elysio foi vereador em Itapeva por 4 mandatos, iniciando sua carreira política com o então prefeito Mário Prandini e o vice Dr. Érico Pimentel Dias. Desta forma contribui muito com o pequeno distrito. Casado com Maria Antunes de Moura, seus filhos também tiveram papéis importantes no desenvolvimento de Campina do Veado. São eles, Hugo Antunes de Moura, , Aldo Antunes de Moura, Rui Antunes de Moura, Ido Antunes de Moura, Ary Antunes de Moura e Junia Antunes de Moura. 

O Sr. Elysio foi um cidadão de grande prestígio para Itapeva e Nova Campina - o então distrito de Itapeva - pois em sua longa jornada de vida, atendia as pessoas em sua casa, em altas horas da noite, com medicamentos naturais, ajudando os mais necessitados. Religioso, foi presbítero da Igreja Presbiteriana por vários e lutou para construção de escolas, doando terras particulares para esse fim, também contribuiu para o fornecimento de energia elétrica e água encanada, propiciando aberturas de estradas à Itapeva, com voluntários do Bairro do Braganceiro. 

Em 1916, com famílias ligadas à Igreja Presbiteriana,além da Fazenda Tamanduá, já somavam-se 25 casas no vilarejo. A história do pequeno povoado se confunde com a história da Igreja Presbiteriana, que teve as famílias "David Muzel" entre a liderança da mesma. Já havia no povoado, em 1916, famílias que professavam a fé cristã, estes todos membros do trabalho presbiteriano no local, o qual mantinha-se uma congregação. 

A igreja oficialmente foi organizada em 27 de maio de 1916. A construção do templo foi num terreno doado por Jeconias David Muzel, que foi presbítero da mesma. O então pastor Eziquiel Fernandes de Camargo escreveu numa publicação: "A nossa Igreja é fruto do trabalho pioneiro de alguns pastores presbiterianos, mas, também, da consagração cristã de algumas famílias (José David Filho – Jeconias David Muzel – Salatiel David Muzel – Abner de Morais Momberg – Alfredo David Muzel e suas esposas), que em setembro de 1910 se transferiram de Torre de Pedra-SP, para Campina do Veado (antigo nome da cidade). Estes dinâmicos irmãos, juntamente com duas famílias residentes no local, se fortaleceram na pregação do Evangelho do Senhor Jesus, e se constituíram como congregação da Igreja Presbiteriana de Santiago, que funcionava no local, onde, hoje, é o Grupo Orsa. Em 27 de maio de 1916, esta congregação organizou-se como Igreja Evangélica Presbiteriana de Nova Campina. É oportuno ressaltar, que, conforme dados do “Projeto Conhecendo Nova Campina”, a nossa cidade, antes denominada “Campina dos Veados”, surgiu, tendo como alicerce, as famílias presbiterianas, ou seja – “Em 1916 já havia no bairro 25 casas, estas famílias eram todas crentes, pertenciam a igreja de Santiago, onde hoje situa-se a empresa Orsa”.

Jeconias

Em 1927
, veio o fornecimento de água e conforme consta no texto do historiador de Itapeva e Região, senhor Preto Mattos. Esse acontecimento veio através de uma grande contribuição de Jeconias David Muzel. Segundo o historiador, esse foi um grande acontecimento e muito colaborou para o desenvolvimento da então Campina do Veado. Para ser exato, o texto de Preto Mattos informa que essa obra foi feita no dia 12 de fevereiro de 1927.

Em 1944, o nome Campina do Veado: "Criado com a denominação de Campina do Veado, por decreto-lei estadual nº 14334, de 30-11-1944, subordinado ao município de Itapeva. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o distrito de Nova Campina permanece no município de Itapeva. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1I-1979.

Em 1945, Campina do Veado foi constituído como Distrito de Itapeva. O IBGE registra: "O município de Nova Campina foi criado em 30 de dezembro de 1991, quando recebeu essa denominação. Antes, em 30 de novembro de 1944, na condição de distrito, com o nome de Campina do Veado, possuía sua sede no povoado de mesmo nome e território desmembrado do distrito-sede de Itapeva. Desde essa época esteve ligado ao município de Itapeva, que pertencia a uma região caracterizada, no século XVIII, como pouso de tropeiros".

Em 1º de Janeiro de 1945, foi criado o Distrito de Campina do Veado e nomeado escrivão do Registro Civil, Hugo Antunes de Moura, que trabalhou por 35 anos, hoje Comendador. Na década de 1950, a Companhia Paranapanema trouxe a luz elétrica, a pedido da Associação de Amigos da Campina do Veado, contando com o esforço político do deputado estadual Augusto do Amaral.

Hugo

> Luta pela emancipação político-administrativa
No ano de 1982, a Família Antunes de Moura, liderada pelo jovem Sinésio Muzel de Moura, lançou o desafio de lutar pela emancipação, mas somente nesta década é que a bandeira foi levantada.

No ano de 1990, através da resolução número "002/90", a Câmara Municipal de Itapeva constituiu uma Comissão Especial do estudo em pauta, tendo sido nomeados os vereadores Edson de Oliveira Martho, Paulo Roberto Tarzã dos Santos, Elza Nunes Machado Galvão e Paulo de La Rua Tarancón. Há tempos que seus moradores vinham almejando a emancipação. A luta intensificou-se em parceria com a Associação de Amigos da Campina do Veado, que tinha como presidente Sidney Muzel de Moura e como secretária Alda Braatz Antunes de Moura Carvalho. Muitos nomes se destacaram nesta luta, tais como Jairo Camargo, Aldo Moura, dentre tantos. 

Já entre 1991 e 1992, em nível estadual, o projeto 1049/91,após ter sido parcialmente vetado pelo governador, teve o veto derrubado pelos deputados de nosso Estado, em 05 de março de 1992. 

Alda e seu esposo

O município de Nova Campina foi criado em 30 de dezembro de 1991 e elevado à categoria de município com a denominação de Nova Campina, pela lei estadual nº 7644, de 30-12-1991, desmembrado do município de Itapeva". "Criado com a denominação de Campina do Veado, por decreto-lei estadual nº 14334, de 30-11-1944, subordinado ao município de Itapeva. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o distrito de Nova Campina permanece no município de Itapeva. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1I-1979. Elevado à categoria de município com a denominação de Nova Campina, pela lei estadual nº 7644, de 30-12-1991, desmembrado do município de Itapeva".

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

O 12 de março consta na Lei Orgânica do Município e a Lei Orgânica pode ser lida em sua íntegra no site da Câmara Municipal

Humberto

Em 1993,
decorrem-se os processos de formação político-administrativa, com a primeira eleição. O primeiro prefeito do município foi Humberto de Morais Vasconcelos, que teve seu mandato no período entre janeiro de 1993 até dezembro de 1996.

Em 1997, assume o segundo prefeito do município, que foi Nicanor Ferreira da Silva, assumindo em janeiro de 1997 até dezembro de 2000.

Em 2001, a primeira mulher eleita ao cargo máximo do município: Alaise Ida Campos Morais Vasconcelos. Esta que foi prefeita por dois mandatos consecutivos, sendo perfeita entre 2001 até o ano de 2008.

Nicanor

Em 2009, assumia o governo municipal, Eliel Cardoso Santiago, seguindo seu mandato até 2012. 

Entre 2013 a 2016, foi prefeito do município, o jovem Nilton Ferreira da Silva.

Em 2017, novamente uma mulher assume o cargo de prefeita. Foi eleita a jovem Jucemara Fortes do Nascimento, a qual seguiu no cargo até dezembro de 2020, quando em foi reeleita prefeita para o segundo mandato de 2021 até 2024. 


A primeira composição do Poder Legislativo teve os seguintes nomes

Antônio Celso Marques, Nicanor Ferreira da Silva, Antônio Neves Cavalheiro, Benjamin Lopes de Araújo, Gilda Pires Camargo, João Wesley de Oliveira, Oirazil Cardoso de Almeida, Rivail Milek e Saulos Almeida Camargo.




Matéria de 1991




































Pesquisas e organização, Professor Juliano Camargo.

Fontes: Pretto Matos,Ebenezer de Moura Muzel, Arquivo da Coordenadoria Municipal de Cultura, Juliano Camargo.
Internet. Arquivos públicos.


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