Uma homenagem : Ruth Muzel de Moura

Ruth Muzel de Moura nasceu em Campina dos Veados, hoje Nova Campina, em 26 de fevereiro de 1923. Faleceu aos 98 anos no mês de março do corrente ano (2021). Filha de Jeconias David Müzel e Emília Vieira Müzel, foi casada com o Ido Antunes de Moura, filho de Elysio Antunes de Moura e Maria Antunes, que eram comerciantes em Nova Campina. Da união do casal, nasceram os filhos Sinésio, Sidney, Edna, Carlos, Elísio Jeconias e Emília Cristina. Ao todo deixou, além dos seis filhos, 11 netos e 12 bisnetos. Conheça um pouco mais, lendo abaixo: 

Defensora e portadora de uma Fé  Evangélica, foi autêntica e ensinou aos filhos, junto ao esposo, Ido, também falecido (1998), a trilharem os caminhos do evangelho de Jesus Cristo na Igreja Presbiteriana do Brasil. 

Ruth foi coralista como contralto no Coral I Centenário da IPB Central de Itapeva, membro da SAF da igreja, tanto que o mais velho Sinésio, já falecido em 2017, chegou a estudar para pastor no Instituto Presbiteriano de formação de pastores José Manoel da Conceição, onde abandonou o curso após concluir o segundo ano.

Sempre auxiliou, ajudando seu pais junto com outros irmãos do primeiro casamento de Jeconias: Nadiel; Enoch; Silas; Eurico; Nilda; Niza e Jovir desde a tenra idade na lavoura, na criação de porcos, gado e prendas domésticas. 

Aos 9 anos perdeu sua mãe, e em definitivo na época Jeconias embrenhou com a ajuda de seus filhos e filhas na política voluntária entusiasta para canalizarem água na Campina dos Veados, por puro altruísmo em querer fazer bem a comunidade da época, levando as moradias do vilarejo água encanada.

Mais tarde viria o senhor Jeconias casar-se com Malvina, de onde vieram mais dois irmãos: Isaque, Elias, e uma irmã Noemi. 

Todos trabalhadores na lida campesina, atuaram na abertura da primeira estrada que foi aberta, via bairro Faxinal do distrito Campinense para Itapeva, foi na base do “abrir picadas”, no machado, foice, enxadão, e segundo consta a Sra.Ruth foi sempre foi destacada como a cozinheira junto com a Niza, Nilda e Jovir para preparar as “boias”, nome típico dado a alimentação em grandes quantidades.

Foto antiga, com o esposo, Ido

Ruth Müzel de Moura com o auxílio de outras pessoas voluntárias destemidamente faziam mutirão entre as famílias para render o trabalho. Duas vezes na semana e no domingo, ainda participava com seu pai e irmãos das reuniões de oração, devoção na Igreja Presbiteriana de Campina do Veado, que teve Jeconias como um dos fundadores juntamente com outros adeptos do Presbiterianismo, naquela localidade. 

Sobre os cultos, no início, ela contava que que ia somente ela, o pai e mais um(a) de seus(uas) irmãs, mas mesmo assim o seu pai abria a Palavra de Deus, cantavam, oravam, faziam culto assim mesmo, pois dizia: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome ali estarei eu no meio deles” (Mat.18:20).

Trabalhou desde muito pequena, onde órfã de mãe, fazia tudo pelo pai, pois era a tida como  “queridinha” do seu Jeconias. Por ser muito esperta e toda vida muito "trabalhadeira", era eficiente em toda prenda doméstica, como costureira, cozinheira, tratando das criações de porcos, galinhas e bois para consumo próprio. O excedente era comercializado para ajudar no sustento familiar.

Sobre seus estudos, teve como professora, Ercylia Vieira Camargo. Aprendeu a bordar dentre outras prendas domésticas e mais tarde viria perder mais dois de seus irmãos: Silas e Enoch.

Sidney, seu segundo filho formado em Zootecnia e hoje aposentado, dedica-se até hoje a lida rural por gostar muito do campo. Edna, professora também falecida em trágico acidente rodoviário na viagem para cursar a faculdade em Itapetinga em 1976, onde tem em sua homenagem o nome de uma Escola Municipal de Educação Infantil “Professora Edna Müzel de Moura”, no Jardim Maringá, em Itapeva. 

Carlos, Operador em Computação, aposentado como servidor municipal em São Paulo. Elísio Jeconias, Representante Comercial, aposentado e Emília Cristina, bancária, também aposentada.


Lembrança dos 90 anos


Ruth foi sinônimo de coragem, luta, determinação e muita fé em Deus, deixando a todos os seus 06 filhos, 11 netos e 12 bisnetos, um exemplo de mulher a ser seguido. 

Combateu um bom combate (enfrentou a perda da mãe com apenas nove anos, depois os irmãos, depois o pai, mais tarde uma filha, marido e depois mais um filho, enfrentou ainda um câncer no seio, que foi curada, depois no intestino, também curada)

Viveu plenamente, sem nunca sair de seus lábios uma reclamação sequer acerca dos embates decorrentes de sua existência e estes infortúnios todos. Trabalhou até os seus últimos dias, já cansada da lida, com deficiência auditiva, visual, senilidade, foi operada também da vista.



Sempre queria continuar fazendo
 seu crochê, suas guloseimas na culinária, queria ajudar de alguma forma sempre. 



Deixou um grande legado aos familiares e amigos. "Deixa-nos como herança um legado de que a vida, se vivida na dependência do Senhor em todo o tempo, louvando e engrandecendo o Seu Glorioso e Majestoso nome, vale a pena ser vivida!", registraram os filhos. 








FONTE: Jornal Ita News
Adaptação: Juliano Camargo
Fotos: Arquivo pessoal - Família

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